Emanuel Bouzon

Pesquisa: Victor Correia

Emanuel Bouzon, nascido no dia 08 de janeiro de 1933, foi um sacerdote católico, assiriólogo, professor, pesquisador, filósofo, teólogo e especialista em Antigo Testamento, natural da cidade de Manaus. 

Bouzon era filho único de imigrantes espanhóis. Estudou Filosofia na PUC-Rio, onde graduou-se em 1954. Cursou Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana, Roma, ordenando-se padre em 1958. Estudou Ciências Bíblicas no Pontifício Instituto Bíblico, Roma, e Ciências Orientais no Instituto Oriental de Roma e especializou-se em Assiriologia, Egiptologia, Semitistica e História Antiga na Westfälische Wilhelms-Universität de Münster, Alemanha. No ano de 1960 concluiu o mestrado em História Antiga Oriental, no Pontifício Instituto Bíblico, na Itália, com a dissertação ``As Corporações Proféticas no Antigo Israel, sob a orientação de Ernst Vogt. Na mesma instituição, doutorou-se, em 1969, também sob orientação de Vogt. Em 1988 concluiu o Pós-Doutorado. Atuava principalmente nos seguintes temas: profetismo em Mari, o fenômeno profético no antigo Oriente, corporações proféticas, o fenômeno profético em Israel

Foi um dos fundadores do Departamento de Teologia da PUC-Rio, universidade onde trabalhou por mais de quarenta anos. Foi, também, um dos tradutores da Bíblia de Jerusalém para o português. Posteriormente, também integraria o Departamento de História enquanto docente. Além disso, foi Decano do Centro de Teologia e Ciências Humanas (1976-1989) e Diretor de Dep. de Teologia (1992-2000). E para além da PUC-Rio, sua atuação universitária  estendeu-se para além da instituição, participando de bancas sem várias universidades no Brasil e no exterior. Foi consultor e pesquisador do CNPq, CAPES, FAPERJ e FAPESP, publicou diversos livros e  participou de Atividades Pastorais.

Sua motivação para a especialização em Assiriologia e História Antiga, que abarcou os anos de 1960 a 1964,  encontrava razões muito contemporâneas da tendência exegética à sua época, que era buscar elementos na história antiga para melhor compressão das tradições israelitas. 

Entre os inúmeros trabalhos e traduções destaca-se a tradução do Código de Hamurabi para a língua portuguesa. Perto de sua morte, Bouzon finaliza a tradução da epopéia Gilgamesh.

Aos 73 anos, Bouzon faleceu no  dia 27 de março de 2006, na cidade do Rio de Janeiro, deixando uma vasta obra como legado.

Fonte: http://nucleodememoria.vrac.puc-rio.br/perfil/saudade/emanuel-bouzon-1933-200

Referências

Livros:

O Código de Hammurabi. 10ª edição:  Petrópolis: Editora Vozes, 2003. 

Uma Coleção de Direito Babilônico Pré-Hammurabianos e Cultura na Babilônia. Leis do Reino de Esnunna. 1ª edição: Petrópolis: Editora Vozes, 2001.

Contratos Pré-Hammurabianos do Reino de Larsa. 1ª edição: Porto Alegre: Edipucrs, 2000.

Ensaios Babilônicos. Sociedade, Economia e Cultura Na Babilônia Pré-Cristã. 1ª edição:  Porto Alegre: Edipucrs, 1998. 

As Cartas de Hammurabi 1ª edição: Petrópolis: Editora Vozes, 1986. 

As Leis de Eshnunna. 1ª edição: Petrópolis: Editora Vozes, 1981. 

Die Prophetenkorporationen In Israel und im Alten Orient. (Excet. da Tese de Doutorado). Münster/Alemanha, 1969.

Artigos:

O aborto provocado por agressões na legislação médio-assíria e seus paralelos nas legislações do antigo Oriente. CADMO - Revista do Instituto Oriental da Universidade de Lisboa, Lisboa, v. 14, p. 31-52, 2005.

Algumas observações sobre Ex 21, 22-25 à luz do direito cuneiforme. Atualidade Teológica (PUCRJ), Rio de Janeiro, n.20, p. 137-155, 2005.

Propriedade e Economia na Antiga Babilónia até ao Império de Hammurabi. CADMO - Revista do Instituto Oriental da Universidade de Lisboa, Lisboa-Portugal, v. 13, n.1, p. 27-53, 2004.

Jer 33, 14-18: Uma promessa messiânica ?. Atualidade Teológica (PUCRJ), Rio de Janeiro, v. 16, p. 9-24, 2004.

Direitos e deveres dos cidadãos no direito cuneiforme. Communio (Rio de Janeiro), Rio de Janeiro, v. 22, n.2 e 3, p. 565-579, 2004.

Lev 19, 23-35 suas implicações no direito cuneiforme. Atualidade Teológica (PUCRJ), Rio de Janeiro, v. 6, n.10, p. 51-72, 2002.

Origem e Natureza das Coleções do Direito Cuneiforme . Justiça & História, Porto Alegre, v. 2, n.3, p. 17-54, 2002.

Os contratos de arrendamento de pomares no direito do antigo Oriente.. CADMO - Revista do Instituto Oriental da Universidade de Lisboa, Lisboa, v. 11, p. 33-54, 2002.

O Direito à Propriedade Fundiária na Antiga Babilônia até o Império de Hammurabi. Revista de Direito Imobiliário, São Paulo, v. 51, p. 179-202, 2001.

Lei e Direito nas Coleções Legais do Antigo Oriente. Direito, Estado e Sociedade, Departamento de Direito da Puc, v. 19, p. 65-96, 2001.

Violência e Lei na sociedade do Antigo Israel à Luz de Ex 21,2-22. Magis Cadernos de Fé e Cultura, Centro Loyola/ Rio de Janeiro, v. 38, p. 155-173, 2000.

Escravidão e Dívidas na Legislação Cuneiforme e Seus Reflexos na Legislação do Antigo Israel. CADMO - Revista do Instituto Oriental da Universidade de Lisboa, Lisboa, v. 8/9, p. 29-48, 1999.

A Escravidão por Dívidas na Baixa Mesopotâmia e No Antigo Israel. Atualidade Teológica, Rio de Janeiro, v. 1, n.2, p. 82-100, 1998.

A Saga de Gilgamesh e Suas Fontes. CADMO - Revista do Instituto Oriental da Universidade de Lisboa, Lisboa, v. 6/7, p. 31-61, 1997. 

O Templo, o Palácio e O Pequeno Produtor Na Baixa Mesopotâmia Pre-Sargónica. CADMO, Lisboa, v. 4/5, p. 29-51, 1995.

Lei, Ciência e Ideologia na Composição dos 'Códigos' 'Legais Cuneiformes. CADMO, Lisboa, v. 3, p. 21-47, 1993.

O alcance social da Simdat Sarrim nos contratos paleobabilonicos de Larsa. CADMO, Lisboa, n.2, p. 77-100, 1992.

A Propriedade Fundiária na Baixa Mesopotâmia durante o Período Paleo-Babilonico. CADMO, Lisboa, v. 1, n.1, p. 9-30, 1991.

O Uso do Transe Extático no Processo da Adivinhação Babilônica. Clássica, v. 4, n.4, p. 35-52, 1991.

Hammurabi e seu Código. Dedalo, v. 23, n.1, p. 18-24, 1984.

A Carta de Hammurabi Tcl 7, 38. Dedalo, v. 23, n.1, p. 51-56, 1984.

A Mensagem Teológica do Immanuel (Is 7,1-17. REB, Rio de Janeiro, v. 32, n.128, p. 826-841, 1972.