Malba Tahan

 Pesquisa: Vivianne Almeida


Ali Yezzid Izz-Edin Ibn-Salin Malba Tahan foi um famoso escritor árabe, nascido no dia 6 de maio de 1885 e que descendia de uma família tradicional muçulmana moradora da aldeia Muzalit, próxima a Meca. Após começar seus estudos em Ciências Sociais, em Constantinopla, conseguiu um cargo administrativo e começou a escrever suas primeiras obras literárias. Com a morte de seu pai, Tahan pegou a herança e passou a viajar por diversos lugares do Oriente a fim de conhecer diferentes culturas e escrevendo diversos livros. Tahan faleceu em 1921 num combate no qual ele defendia a liberdade de uma pequena tribo na Arábia Central.

A questão aqui era que Malba Tahan, mesmo tendo uma grande história (aqui no texto foi bem resumida), era o pseudônimo do professor e escritor Julio Cesar de Mello e Souza. Nascido em  6 de maio de 1895, no Rio de Janeiro, Mello e Souza era filho de João de Deus de Mello e Souza e de Carolina Carlos de Toledo e tinha mais oito irmãos. Cursou o ensino fundamental e médio nos Colégios Militar e Pedro II no Rio de Janeiro. Formou-se professor pela Escola Normal e depois engenheiro pela Escola Nacional de Engenharia. Lecionou matemática e introduziu uma nova metodologia que fazia a matéria se tornar mais interessante para as crianças e adolescentes em diversos estabelecimentos de ensino como o Colégio Mello e Souza, o Colégio Pedro II, a Escola Normal e a Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em 1925 ele se casa com Nair Marques da Costa e tem três filhos, Rubens Sergio, Sonia Maria e Ivan Gil, e criou também o seu pseudônimo, baseado em anos de estudos sobre língua, filosofia e cultura árabe, lançando no mesmo ano o livro “Contos de Malba Tahan”. Em 1927 lançou “O Céu de Allah”, premiado pela Academia Brasileira de Letras e em 1929, publicou os livros “Amor de Beduíno” e “Lendas do Deserto”. A partir de então, Mello e Souza lançou diversos livros sobre as aventuras no mundo árabe e que envolvia a matemática, popularizando e descomplicando a matéria. Em 1938 ele lança seu maior sucesso “O Homem que Calculava” e com isso ele passou a ser chamado para palestras, cursos e programas de rádio. Suas aulas se tornaram disputadíssimas e ele, ainda com o propósito de desmistificar a matemática, introduziu a etnomatemática no Brasil. Essa área do conhecimento surgiu no âmbito da antropologia e veio como uma resposta à necessidade de se entender a matemática em diferentes contextos, povos e culturas. Diversas formas de calcular e de aplicar a matemática no dia a dia têm sido desconsideradas, por serem restritas a tradições orais e por não se enquadrarem em uma matemática “oficial” e homogênea. Grupos sociais diferenciados — inclusive, por exemplo, crianças de uma determinada cultura —, praticam a matemática de forma diferenciada, pensam e agem matematicamente de maneira própria e singular. Malba Tahan foi o precursor de uma nova forma de ensinar matemática, cujas concepções passaram a integrar, muitos anos depois, os Parâmetros Curriculares Nacionais definidos pelo Ministério da Educação. 

Em 18 de junho de 1974, após palestrar em um curso, Mello e Souza sofre um infarto no hotel, em Recife. Mesmo aos 79 anos, ele continuava ativo dando aulas, palestras, escrevendo artigos e livros. E em 2013 foi instaurado pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro que o dia 6 de maio se tornaria o Dia Nacional da Matemática em sua homenagem.

A história completa, com diversas curiosidades, fotos, documentos e outros materiais pode ser acessada pelo site oficial https://malbatahan.com.br/.

Fonte: https://malbatahan.com.br/


Referências

Contos de Malba Tahan. 1ª edição: Rio de Janeiro, 1925

Céu de Allah. 1ª edição: Rio de Janeiro: Getulio Costa, 1927

Amor de beduíno. 2ª edição: Record, 2002

Lendas do Deserto. 1ª edição: Rio de Janeiro: Livraria Azevedo, 1929

Mil Histórias Sem Fim, vol 1. 1ª edição: Rio de Janeiro: Livraria Freitas Bastos, 1931

Mil Histórias Sem Fim, vol 2. 1ª edição: Rio de Janeiro: Record, 1933

Lendas do céu e da terra.  25ª edição: Rio de Janeiro: Record, 2001

Lendas do oásis. 1ª edição: Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1933

Maktub. 1ª edição: Rio de Janeiro: Getulio Costa, 1935

Alma do oriente. 1ª edição: Rio de Janeiro: José Olympio, 1936

Novas Lendas do Deserto. 1ª edição: Rio de Janeiro, 1937

O Homem que Calculava: aventuras de um singular calculista persa. 1ª edição: Rio de Janeiro: Coleção Saraiva, 1938

Minha Querida Vida. 1ª edição: Rio de Janeiro: Getulio Costa, 1941

A Sombra do Arco Íris. 1ª edição: Rio de Janeiro: Conquista, 1941

Lendas do povo de Deus. 1ª edição: Rio de Janeiro: Getulio Costa, 1943

O Livro de Aladim. 1ª edição: Rio de Janeiro: Getulio Costa, 1943

Lendas do Bom Rabi – Seleção de contos. 1ª edição: Rio de Janeiro: Coleção Saraiva, 1951

Minha vida querida. 1ª edição: Rio de Janeiro: Getulio Costa, 1951

Aventuras do rei Baribê 1ª edição: Rio de Janeiro: Getulio Costa, 1954

Seleções – os melhores contos. 1ª edição: Rio de Janeiro: Editora Aurora, 1954

Novas Lendas Orientais. 1ª edição: Rio de Janeiro: Conquista, 1959

Terceiro Motivo. 1ª edição: Rio de Janeiro: Coleção Saraiva, 1962

Romance do Filho Pródigo. 1ª edição: Rio de Janeiro: Conquista, 1967

Iazul - Seleção dos mais curiosos e atraentes contos orientais. 1ª edição: Rio de Janeiro: Coleção Calouro, 1970

Salim, o Mágico. 1ª edição: Rio de Janeiro: Ibrasa, 1970



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